Elevado ao status de protagonista no meio cinematográfico internacional, o cinema romeno tem ganho especial atenção da crítica nos últimos anos. Com inúmeros prêmios e indicações em festivais como Berlim, Locarno, Veneza, Sundance e principalmente Cannes, ele vem se destacando como um dos mais importantes expoentes da realização cinematográfica contemporânea.
Emergindo em sua maioria por investidas individuais, o dito cinema romeno contemporâneo deve ser entendido como um fenômeno – e não uma indústria ou um movimento. A “Nouvelle Vague” do cinema romeno (denominação dada pela crítica internacional) surge com uma geração de jovens realizadores, surgidos no início dos anos 2000, com um conjunto de afinidades estéticas e temáticas entre seus filmes.
Suas obras geralmente se destacam como produções de baixo orçamento, com abordagens realistas e minimalistas, tratando de dramas individuais de personagens ora desolados, ora esperançosos, ora sonhadores e ora pragmáticos. Esses filmes costumam retratar um cotidiano povoado por crises quase sempre ligadas ao regime comunista, ou seu legado. É um cinema que reflete e apresenta um cenário de transição política, social e econômica pelo qual passa o país desde a queda do ditador Nicolae Ceauşescu, em 1989.
Entender como esses filmes - e suas opções temáticas e estilísticas –relacionam-se com a produção cinematográfica contemporânea parece fundamental para se discutir o futuro da sétima arte. A mostra buscou resgatar e preencher uma lacuna cultural, apresentando uma programação com 17 filmes e dois debates que abordam temas atuais do cinema romeno contemporâneo: o sucesso com a crítica e a crise política do leste europeu.