A mostra apresentou o cinema argentino através de suas "histórias mínimas”, conceito que atravessa a história recente do cinema argentino: pequenos relatos que apresentam personagens ordinários em seus afazeres, e situações que acabam por romper suas rotinas. Dessas conexões e coesões, nos é vinculado um sentimento de identificação, mesmo que nunca tenhamos passado pelos cenários e conhecido os personagens que nos são apresentados.
Em meados de 2000, quando a Argentina atravessava sua pior crise, a imprensa internacional clamava: "Parece que a saúde do cinema argentino é inversamente proporcional à sua situação econômica." Naquele momento, uma geração de cineastas surge com um interesse direcionado a filmar os conflitos pessoais, as pequenas histórias de geografia íntima, das quais se poderia fazer latente o sentimento do impacto daquela crise nacional.
Essas obras, em sua grande maioria, foram produzidas a partir de um modelo cooperativo, por estudantes de audiovisual que contribuíram para a revitalização do cinema argentino, dando-lhe voz em um momento desastroso, de um retrocesso econômico, social e democrático sem precedentes na história política do país - que chegou ao ponto de ter cinco presidentes em uma mesma semana.
O momento denominado Nuevo Cine Argentino se inicia nos anos 90, com um boom de cursos de cinema no país - em especial na capital; se consolidando com uma geração surgida nos anos 2000.
Portanto, apresentou-se ao público carioca obras de extrema relevância para se compreender o cinema de um país latino-americano que alcança grandes prêmios em festivais, sendo inúmeras vezes indicado ao Oscar de filme estrangeiro, e detém um constante sucesso perante a crítica mundial.
A programação contou com a exibição de 17 filmes ao longo de duas semanas, além de debates, masterclasses e sessões comentadas.
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